Sorocaba avança rumo a 100% de esgoto tratado

terça-feira, 26 de março de 2019


* O Saae-Sorocaba trabalha atualmente em pequenos pontos ao longo da cidade para atingir a meta

Sorocaba trata atualmente o esgoto produzido por 96,45% dos sorocabanos. A marca foi possível com investimentos como a construção do sistema de esgotamento sanitário da região de Brigadeiro Tobias e do sistema de esgotamento sanitário da região do Cajuru. Os dois sistemas foram entregues em abril do ano passado, acabando com o lançamento de um volume estimado de 4,8 milhões de litros de esgoto, que a cada novo dia poluía os cursos da água que abastecem o rio Sorocaba: o córrego Pirajibu-Mirim, o córrego Tapera Grande e o rio Pirajibu. Atualmente, o Saae trabalha em pequenos pontos ao longo da cidade que ainda não contam com o sistema de esgotamento sanitário para atingir a meta de 100% de esgoto tratado.

O Programa de Despoluição do Rio Sorocaba teve início há cerca de 20 anos e a prioridade da atual gestão era concluir os sistemas para se aproximar ainda mais dos 100% de esgoto tratado. Durante o atual governo, o percentual em Sorocaba aumentou em quase 5%: de 91,49% (set/16) para os atuais 96,45%. Em uma década, essas obras receberam o investimento aproximado de R$ 10,5 milhões.

O prefeito José Crespo enfatiza a importância dos esforços constantes dos profissionais do Saae-Sorocaba para o sucesso do Programa de Despoluição do Rio Sorocaba e lembra a iniciativa do pai dele, o ex-prefeito José Crespo Gonzales, de criar um serviço municipal de água. “O Saae de Sorocaba é um dos melhores do Brasil, que busca incessantemente ações e projetos para oferecer o melhor serviço de abastecimento de água e esgotamento sanitário aos sorocabanos”, elogia Crespo.

Para elevar em quase 5% a população atendida com o tratamento de esgoto, a atual gestão do Saae-Sorocaba deu prioridade para a conclusão de três obras: a interligação do coletor-tronco do córrego Tapera Grande ao coletor tronco do rio Pirajibu, concluída com equipe da própria autarquia, em abril do ano passado; a instalação do sistema de esgotamento sanitário de Brigadeiro Tobias, também concluída em abril e por profissionais do Saae-Sorocaba; e a implantação do coletor-tronco do córrego Pirajibu, com obra de empresa contratada, concluída em março de 2017.

Para o diretor-geral do Saae-Sorocaba, Ronald Pereira da Silva, garantir a qualidade de vida dos sorocabanos é prioridade da autarquia. “Temos o dever de garantir tratamento de esgoto e abastecimento de água a todos os sorocabanos e buscamos sempre investimentos para colocar em prática projetos que contribuem para a evolução do nosso trabalho. A conclusão deste ciclo de tratamento de esgoto é uma grande vitória, mas continuamos trabalhando para garantir 100% de esgoto tratado na cidade”, explica.

O diretor operacional de Esgoto do Saae-Sorocaba, Rodolfo Barboza, ressalta que o investimento em saneamento significa mais saúde para a população e que o Saae trabalha agora para concluir os demais 3,55% que faltam para atingir 100%. Hoje, a cidade tem cerca de 20 pontos que ainda não tem tratamento de esgoto. “Sorocaba avançou muito em relação ao tratamento de esgoto, a fase final é a mais complexa e que exige maior investimento e nosso objetivo é manter os trabalhos para atingir a totalidade no tratamento de esgoto, queremos levar mais saúde e dignidade a todos os sorocabanos”, enfatizou.

Um desses pontos é o Bairro Jacutinga. As residências de cerca de mil pessoas passam a ser servidas com rede coletora e de afastamento de esgoto, em substituição às fossas sépticas. Com o investimento aproximado de R$ 1,5 milhão, a nova rede é instalada até mesmo cruzando por baixo da linha de trens. Os trabalhos no local iniciaram em novembro do não passado e a expectativa é que sejam concluídos até agosto deste ano. De acordo com o diretor Operacional de Esgoto do Saae-Sorocaba, Rodolfo Barboza, o trecho da instalação da rede de esgoto que passará por baixo da linha do trem será feito pelo método não destrutível. Esse método apelidado como “tatu” permite construir a rede por baixo do solo, sem a necessidade de interferências ou bloqueios em sua superfície. “Estamos implantando cerca de 7 mil metros de redes coletoras, em tubos de PVC com diâmetro de 150mm e mais de 100 poços de visita”, explica.

Antes de iniciar os trabalhos no bairro Jacutinga, o programa 100% Esgoto Tratado concluiu a construção da rede coletora que atende os imóveis habitados por pouco mais de 50 famílias na rua Eugênia de Oliveira Cirne, no Jardim Marli. Com isso eliminou o lançamento diário de aproximadamente 44 mil litros de esgoto no córrego Itanguá.

As famílias do bairro Jardim Monte Alpino, na região de Brigadeiro Tobias, também passam a contar a partir de agora com ações do Programa Sorocaba 100% Esgoto Tratado. A implantação das redes coletoras de esgoto sanitário teve início janeiro, e deve contemplar de imediato 80 imóveis (cerca de 320 pessoas) das ruas Alfredo Fernandes, Maria Dolores Piaia Lorato, Paulo Max Sang, João Mendes de Souza, Travessa Um, Travessa Dois e Travessa Três. Esse sistema, entretanto, tem capacidade para atender até 480 residências. Ao todo, estão investidos aproximadamente R$ 400 mil e a expectativa é de que o trabalho seja concluído em 5 meses.

A ação deve pôr fim ao uso de sistemas individuais, do tipo fossas sépticas, que, por falhas construtivas e má utilização, acabavam transbordando e permitindo que o esgoto corresse a céu aberto pelas vias. Dessa forma, estão sendo implantadas redes coletoras de esgoto em tubos de PVC com diâmetro de 150mm e 44 poços de visitas, contando com uma extensão total de 1.825 metros. A rede será interligada ao sistema coletor existente na Avenida Bandeirantes, principal via de acesso ao bairro de Brigadeiro Tobias.

SISTEMA BRIGADEIRO TOBIAS – Desde abril de 2018, uma média de 2 milhões de litros de esgoto deixaram de ser lançados diariamente no córrego que passa por Brigadeiro Tobias, o Pirajibú-Mirim, um afluente do Rio Sorocaba. Toda essa carga orgânica agora chega ao destino adequado, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Aparecidinha.

Foram construídas duas estações elevatórias e a travessia sob o viaduto situado no km 2,5 da rodovia Celso Charuri. Naquele local havia outro ponto de lançamento do efluente in natura no córrego Pirajibú-Mirim, agora lançado no mesmo sistema que leva o efluente para o tratamento na ETE Aparecidinha.

As Estações Elevatórias de Esgoto (EEE) que compõem esse coletor-tronco são a EEE Ponte, que fica na rua Mathias de Albuquerque, 122, nas proximidades da ponte sobre o córrego Pirajibu-Mirim, na Vila Astúrias e a EEE Represa, situada na avenida 3 de Março. Os coletores do sistema por gravidade, que não necessitam de bombeamento, foram implantados em dois ramos: um deles abrangendo a região da Vila Astúrias e todo o entorno da rua Paulo Varchavtchik, e o outro margeando o córrego Pirajibu-Mirim.

Cerca de R$ 6,5 milhões foram investidos na construção do Sistema de Esgotamento Sanitário da Região de Brigadeiro Tobias. O esgoto coletado de aproximadamente 12 mil pessoas da região de Brigadeiro Tobias agora é afastado por coletores-troncos até a Estação de Tratamento de Esgoto em Aparecidinha e devolvido à natureza sem degradar o meio ambiente.

SISTEMA CAJURU – A interligação do coletor-tronco do Tapera Grande com o coletor-tronco do Pirajibu, com 600 metros de extensão permite que 2,8 milhões de litros diários de esgoto possam chegar para o tratamento. Esse volume é gerado pela população estimada em 18 mil pessoas, residentes nos bairros da região do Cajuru às margens da avenida Paraná, entre o rio Pirajibu e a divisa com Itu.

O esgoto coletado no bairro percorre o coletor-tronco Tapera Grande e com a interligação recém-concluída chega ao coletor-tronco do Pirajibu, inaugurado no ano passado. O coletor tronco do Pirajibu afasta o efluente até a Estação de Tratamento de Esgoto ETE S-2, no bairro Vitória Régia, onde passa pelo processo de redução da carga orgânica para ser devolvido à natureza sem causar a degradação do meio ambiente.

Cerca de R$ 4 milhões foram investidos na construção do Sistema de Esgotamento Sanitário da Região do Cajuru. Aproximadamente 2,8 milhões de litros de esgoto gerados pela população do Cajuru deixaram de poluir o rio Sorocaba a cada novo dia.